Flamengo espanta a crise com vitória heroica por 3 a 1 sobre o Caracas

Flamengo espanta a crise com vitória heroica por 3 a 1 sobre o Caracas



O Flamengo conseguiu uma vitória heroica sobre o Caracas, nesta quarta-feira, na Venezuela, pela Taça Libertadores, que serviu para afastar a crise do "caso Chatuba", que tomou conta da Gávea nos últimos dias. Mesmo sem Adriano, o time venceu por 3 a 1, e o segundo tempo foi emocionante. O Rubro-Negro teve um jogador a menos desde os minutos iniciais - Toró recebeu o cartão vermelho. Vagner Love fez dois gols, e Rodrigo Alvim, o terceiro. Castellín marcou o da equipe da casa.

Com a vitória, o Flamengo assumiu a liderança do Grupo 8 da Libertadores, com seis pontos. Os rubro-negros já haviam derrotado o Universidad Católica por 2 a 0, dia 25 de fevereiro, no Maracanã. O próximo adversário é o Universidad de Chile, na próxima quarta-feira, em local a ser definido (ou Santiago ou Coquimbo). Antes disso, enfrentará o Vasco, no próximo domingo, no Maracanã, pela Taça Rio, no Campeonato Carioca.

O Caracas continua sem vencer na Libertadores. Além da derrota em casa nesta quarta-feira, o time venezuelano perdeu em sua estreia por 1 a 0 para o Universidad de Chile, dia 18 de fevereiro. Seu próximo compromisso na competição é contra o Universidad Católica, na próxima quarta-feira, na Venezuela.

Desfalques

O Flamengo entrou em campo sem sua principal estrela internacional. Adriano ficou no Rio, por exigência da diretoria, para aprimorar a parte física após o escândalo com sua noiva, Joana Machado, na Favela da Chatuba. Pivô da crise rubro-negra, o Imperador foi substituído por Petkovic, que voltou a ser titular após ter sido afastado no Fla-Flu da Taça Guanabara.

O outro desfalque rubro-negro foi o volante Willians, expulso contra o Universidad Católica. Ele volta ao time contra o Universidad de Chile. Mas Andrade perdeu outro volante de marcação: Toró foi expulso contra o Caracas e terá de cumprir suspensão. Fernando, lesionado, passa a ser dúvida. Em compensação, Maldonado está recuperado da cirurgia no joelho esquerdo e tem boas chances de jogar.

Confusões no estádio

Algumas irregularidades puderam ser observadas no estádio Olímpico. Quando os times entraram em campo, a torcida local soltou fogos de artifícios, balões de gás, e até lança-chamas apareceram na arquibancada. No intervalo, mais sinais de falta de organização. O espaço destinado aos torcedores rubro-negros foi invadido. Houve princípio de confusão, e os venezuelanos roubaram algumas bandeiras.

Durante o segundo tempo, houve mais irregularidades. Logo depois do segundo gol do Flamengo, os jogadores reservas que aqueciam atrás do banco se queixaram com o quarto árbitro e com os policiais por terem sido atingidos por objetos jogados da arquibancada. Fierro foi o porta-voz. Imediatamente, o locutor do estádio pediu que não lançassem mais nada no campo. Mas foi em vão, e um dos bandeirinhas acabou atingido na mão. O jogo precisou ser interrompido, e o auxiliar recebeu atendimento de Marcio Tanure, médico do Flamengo.

Gol de pênalti em primeiro tempo sonolento

O primeiro tempo começou sem maiores emoções. Ao contrário, o que pôde ser visto nos dez minutos iniciais foram sucessivos erros bobos de ambos os times. O único chute a gol nesse período foi o de Jimenez, aos 3 minutos, que saiu fraco e rasteiro. Fora isso, muitas faltas, jogo truncado pelo meio de campo e muitos passes errados.

O primeiro chute rubro-negro só aconteceu aos 22, com Juan, de direita, que também saiu fraco. Quatro minutos depois, um lance que simbolizou a baixa qualidade vista em campo. Valoyes tentou arriscar um chute de longe, da meia-direita, mas pegou tão mal na bola que ela saiu pela lateral esquerda do ataque venezuelano.

Logo em seguida, as jogadas um pouco mais emocionantes começaram a surgir. Após cobrança de lateral pela direita, o Caracas tabelou, e a bola sobrou para Guerra. O apoiador tentou encobrir Bruno, mas ela saiu rente à trave. Pouco depois, Gomez chutou de dentro da área, mas o goleiro rubro-negro defendeu tranquilamente. Na sequência, outro lance de perigo, em que Bruno apareceu para cortar.

Dava a impressão de que o gol do Caracas estava começando a amadurecer. Tanto que a torcida local começou a ficar mais animada. Mas o Flamengo conseguiu acordar e teve êxito na primeira jogada mais trabalhada. Quando, aos 34, Leonardo Moura foi à linha de fundo e cruzou para trás, a bola sobrou para Petkovic chutar forte, de canhota. Mas, no meio do caminho, Romero colocou a mão na bola. O árbitro viu e marcou o pênalti. Love pegou a bola, escutou as provocações dos venezuelanos, mas cobrou com tranquilidade: 1 a 0.

Depois disso, o Flamengo passou a ter um pouco mais a posse de bola, trocou mais passes e valorizou o resultado até o fim do primeiro tempo.

Um segundo tempo emocionante

O segundo tempo começou mais animado. Não pelo lateral que o árbitro inverteu após cobrança equivocada de Leonardo Moura. Mas porque o Caracas o cobrou rapidamente e pegou a defesa rubro-negra desarrumada. Tanto que Lucena arriscou um chute de longe e quase complicou a vida de Bruno. Três minutos depois, Álvaro cometeu falta desnecessária na entrada da área. Gómez cobrou com capricho e deixou o goleiro imóvel, mas a bola bateu no travessão.

A partir daí, dois fatos inesperados. O primeiro aconteceu quando Fernando sentiu um problema muscular e teve de deixar o campo. Quando o Flamengo estava com um a menos, Gabriel Cichero deu um drible entre as pernas de Toró, que fez falta feia, recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Em dois minutos, Andrade ficou sem seus dois volantes de marcação. O jeito foi improvisar Rodrigo Alvim, que substituiu Fernando.

Como a pressão do Caracas aumentou, o Flamengo recuou estrategicamente. Aos 14, Andrade tirou Petkovic e botou Ronaldo Angelim. Mas não teve jeito. O Flamengo estava perdido em campo, e o Caracas dominava. Quando Castellín recebeu a bola na área, pela esquerda, ele passou como quis por um lento Álvaro e finalizou com força para empatar: 1 a 1.

Acuado, o Flamengo virou presa fácil. Aos 22, Álvaro falhou novamente, Fabrício também se complicou, e o Caracas quase empatou. Por conta destes erros, houve uma discussão entre os jogadores, que chegaram a se ameaçar frente a frente, quase que trocando cabeçadas. No minuto seguinte, o jogo foi interrompido por alguns minutos porque um dos auxiliares acabou atingido na mão por algum objeto lançado da arquibancada.

Aos 28 minutos, o Flamengo teve a oportunidade de ficar na frente novamente. Love deu bom passe para Kleberson. Mesmo livre, o volante chutou, mas o goleiro defendeu, e a bola bateu no travessão. No contra-ataque, Bruno também operou defesa importante. No minuto seguinte, praticamente na sequência, foi a vez de Kleberson deixar Love na cara do gol. O atacante, porém, driblou o goleiro Vegas, concluiu bem e colocou o Flamengo na frente do placar novamente: 2 a 1.

A partir daí, a pressão venezuelana aumentou. Mas o Flamengo soube resistir. Aos 36, o Caracas poderia ter empatado em cabeçada de Guerra. Esse foi apenas um sinal de que a defesa rubro-negra batia cabeça. Principalmente, Álvaro, que pouco depois chegou a ser driblado duas vezes por Lucena.

Bruno começou a ter de trabalhar mais nos cinco minutos finais. O goleiro fez boas defesas e salvou o Flamengo, que tentava tocar a bola no ataque com um pouco de calma. Tanto que poderia ter ampliado com Love após cruzamento de Léo Moura.

Mas isso só foi acontecer nos acréscimos. Rodrigo Alvim recebeu pela direita do ataque, invadiu a área e tocou com classe na saída do goleiro: 3 a 1, aos 48. Uma vitória heroica para espantar a crise.

Ficha técnica:

CARACAS 1 x 3 FLAMENGO
Vegas, Romero (Rodrigo Pietro), Bustamante, Alejando Cichero e Gabriel Cichero; Gimenez, Lucena, Guerra e Gomez (Alexander Gonzalez); Valoyes e Castellín (Fernando Aristeguieta) Bruno, Leonardo Moura, Álvaro, Fabrício e Juan; Toró, Fernando (Rodrigo Alvim), Kleberson e Petkovic (Ronaldo Angelim); Vagner Love e Vinícius Pacheco (Fierro).
Técnico: Noel Sanvicente. Técnico: Andrade.
Gols: Vagner Love, aos 35 minutos do primeiro tempo; Castellín, aos 20, Vagner Love, aos 29, e Rodrigo Alvim, aos 48 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Valoyes, Romero e Castellín (Caracas); Toró e Bruno (Flamengo). Cartão vermelho: Toró (Flamengo)
Estádio: Olímpico, Caracas, Venezuela. Data: 10/03/2010. Árbitro: Wilmar Roldán (COL). Auxiliares: Eduardo Díaz e Rafael Díaz (COL).

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